Aproveitar oportunidades globais, acumular patrimônio em moeda forte, proteger e diversificar a carteira de investimentos estão entre as principais vantagens de explorar o mercado internacional de capitais. Mas como investir no exterior?
Muitos brasileiros ainda acreditam que investir no exterior é uma modalidade ilegal. Uma explicação para isso é que, durante os anos 80, essa prática não era permitida e muitas pessoas ainda acreditam que é ilegal nos dias de hoje. Porém, é importante destacar que este é um direito assegurado pela Constituição Federal.
Com a desvalorização do Real, aplicar recursos fora do país tem sido uma excelente alternativa para investidores que queiram se proteger dessa desvalorização ou garantir ganhos superiores ao tradicional CDI – Certificado de Depósito Interbancário. Mas, afinal, como acessar o mercado internacional? Confira a seguir.
Como investir no exterior? Conheça as modalidades
Investimentos no exterior podem ser acessados por meio de plataformas de distribuição, por bancos tradicionais, gestores globais com operação no Brasil, gestores locais especializados ou diretamente na Bolsa de Valores.
As formas de investimento no exterior mais usuais são:
- Abertura de uma conta corrente ou conta de investimento no exterior e o consequente contrato de câmbio e remessa dos recursos para fora do país: Essa modalidade direta é muito utilizada por famílias que possuem alto patrimônio e que utilizam grandes instituições financeiras. Porém, apresentam custos de abertura e manutenção que inviabilizam investimentos de valores menores.
- Veículos ou instrumentos legalmente registrados no Brasil: A legislação brasileira tem avançado nos últimos anos, permitindo que brasileiros possam ter maior exposição de sua carteira em investimentos internacionais. Apesar de menos conhecida, essa modalidade permite o investimento de valores menores.
Já as modalidades mais comuns são:
Renda fixa |
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Renda Variável |
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Futuros e Opções |
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Fundos e Hedge Funds |
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Produtos estruturados |
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Como investir no exterior usando veículos legalmente registrados no Brasil?
Os principais Veículos ou instrumentos legalmente registrados no Brasil são:
- Fundos de Investimentos,
- BDRs – Brazilian Depositary Receipts,
- ETFs – Exchange Traded Funds e
- COEs – Certificado de Operações Estruturadas.
Ao utilizar os veículos ou instrumentos legalmente registrados no Brasil, temos um série de vantagens que os tornam atrativos, entre elas, podemos citar:
- Segurança em função da regulação e supervisão do órgão regulador no Brasil, a Comissão de valores Mobiliários – CVM.
- Processo simples e sem burocracias.
- Aplicações e resgates em reais.
- Investidor não precisa fazer operações de câmbio nem informar ao Banco Central do Brasil os ativos mantidos no exterior.
- No caso de fundos de investimentos, a tributação é exclusiva definitiva na fonte (segundo tabela regressiva por prazo de aplicação ou alíquota única no resgate).
Como investir no exterior: Fundos de Investimentos
Os Fundos de Investimentos são uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio, destinado à aplicação coletiva de seus recursos em títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais.
Suas principais características são:
- Condomínio: investimento coletivo;
- Gestão profissional;
- Diluição dos custos;
- Diversificação de investimento;
- Divulgação de informações: regulamento, prospecto etc.
Existem diferentes níveis permitidos de investimento no exterior conforme o público a que se destina cada fundo:
- Investidores profissionais: até 100% do patrimônio do fundo desde que conste “Investimento no Exterior” no nome do fundo;
- Investidores qualificados (investidores com mais de 1 milhão): 67% do patrimônio do fundo desde que conste “Investimento no Exterior” no nome do fundo;
- Investidores qualificados: até 40% do patrimônio do fundo quando não conste “Investimento no Exterior” no nome do fundo;
- Investidores em geral: até 20% do patrimônio do fundo quando não conste “Investimento no Exterior” no nome do fundo.
Como investir no exterior: BDRs – Brazilian Depositary Receipts
Os BDR’s são certificados de depósitos de valores mobiliários emitidos no Brasil por instituições brasileiras (instituições depositárias ou emissoras), que representam valores mobiliários de emissão de companhias abertas ou assemelhadas com sede no exterior. Ou seja, são certificados que representam ações de empresas estrangeiras, mas são negociadas no Brasil.
No Brasil temos dois tipos de BDRs:
- Patrocinados (níveis I, II e III): quando as próprias empresas disponibilizam seus valores mobiliários para serem negociados no Brasil. Como exemplos temos: Dufry, Cosan Limited, Wilson Sons, GP Investments e BTG.
- Não Patrocinados (nível I) – quando uma instituição depositária, sem o envolvimento da companhia estrangeira, lança a negociação destes certificados aqui no Brasil. Como exemplos temos: Apple, Microsoft, Time Warner, Walt Disney e Home Depot.
Como investir no exterior: ETFs – Exchange Traded Funds
Os ETFS são fundos negociados em bolsa, que replicam índices, commodities, títulos ou um conjunto de ativos, permitindo que os investidores tenham acesso a um universo amplo de ativos de forma eficiente, transparente e flexível.
Como são fundos negociados em bolsa, os ETFs têm sua dinâmica de negociação principal no mercado secundário, com negociações diárias como qualquer outra ação.
No caso dos ETS internacionais, busca-se reproduzir o comportamento de ativos subjacentes internacionais (ações, títulos, petróleo, barras de ouro, moeda estrangeira, etc.) e divide a propriedade desses ativos em cotas. Os mais utilizados são os que replicam os índices representativos de uma bolsa internacional como o Dow Jones Industrial Average da Bolsa de Nova York, o FT-se 100 da Bolsa de Londres, o DAX 100 da Bolsa de Frankfurt ou Nikeei Stock Averange da Bolsa de Tóquio.
Investidores mais conservadores podem optar pelos ETF que replicam índices amplos, enquanto os investidores que querem ser mais arrojados ou ter mais controle sobre os investimentos podem optar pelos ETF que replicam índices setoriais e de segmentos.
Como investir no exterior: COEs – Certificado de Operações Estruturadas
O Certificado de Operações Estruturadas- COE é estruturado por meio da combinação de um título de crédito emitido por uma instituição financeira com estratégias em derivativos. Ao criar o COE, o emissor estrutura cenários para o desempenho de um ativo ou indexador, que pode ser tanto nacional como internacional.
A rentabilidade do COE pode ser atrelada a índices nacionais, como o Ibovespa, ou internacionais, como S&P500, a variação cambial de moedas (como o dólar), ou ainda a mercados pouco conhecidos da maioria dos brasileiros, como commodities ou ações de empresas de outros países.
Normalmente, os COEs são criados nas modalidades de Valor Nominal Protegido, onde há garantia do valor principal investido ou Valor Nominal em Risco, quando há possibilidade de perda até o limite do capital investido.
Quanto à tributação, a alíquota do Imposto de Renda é definida a partir da tabela regressiva do IR: COE com prazo de até 180 dias têm incidência de 22,5% de IR, enquanto sobre as aplicações entre 181 e 360 dias incide 20% de IR. Para quem investe entre 360 dias e 720 dias em COE, o Imposto de Renda sobre a rentabilidade é de 15% e, para aplicações com prazo acima de 720 dias, incide 17,5% de IR.
Antes de investir através de Veículos ou instrumentos legalmente registrados no Brasil é importante verificar que o veículo cumpre com todas as normas e regulação vigentes. No caso do Brasil temos a seguinte regulamentação vigente:
Veículos ou instrumentos | Regulamentação Vigente |
Fundos de Investimentos | Instrução CVM 555 |
BDRs | Instrução CVM 332 |
ETFs | Instrução CVM 359 |
COEs | Resolução BC 4.263 |
Agora que você já se informou sobre como investir no exterior, continue se aprofundando no tema! Confira como o Mercado de Capitais pode ser uma alternativa para a retomada da economia no Brasil.