Uma fortuna familiar sobrevive por gerações?

Todo mundo já ouviu essa história: uma família constrói uma grande fortuna. A geração seguinte tenta manter. E a terceira… perde quase tudo.

Na maioria das vezes, esse ciclo não se repete por falta de dinheiro, mas por falta de estrutura, de preparo e de continuidade.

Estudos indicam que apenas 30% das fortunas familiares ultrapassam a segunda geração. E menos de 10% sobrevivem à terceira.

O que essas famílias têm em comum?

Falharam na gestão da herança como um negócio. Não investiram em governança, não prepararam sucessores, não contaram com os especialistas certos.

Nesta edição, vamos analisar esse problema e mostrar os caminhos possíveis para construir um legado que atravessa gerações — com método, estratégia e visão de longo prazo.

Por que o patrimônio familiar se desfaz?

A primeira geração constrói.

A segunda mantém.

A terceira vende (ou perde).

Essa sequência é mais comum do que se imagina, e não acontece por acaso.

Nem sempre é a falta de recursos que leva ao fim do patrimônio. São as decisões mal tomadas. A ausência de planejamento. A ideia de que o patrimônio é estático, quando, na verdade, ele precisa ser cuidado como uma empresa: com estratégia, profissionalismo e acompanhamento constante.

Alguns dos principais fatores que levam ao declínio patrimonial:

  • Falta de planejamento sucessório: Sem regras claras de sucessão, disputas familiares e incertezas fiscais consomem tempo, dinheiro e estabilidade.
  • Ausência de governança: Quando não há um modelo de gestão profissional, decisões importantes são tomadas de forma emocional ou reativa.
  • Tributação mal estruturada: A carga fiscal pode corroer o patrimônio quando não há uma estrutura que proteja e otimize os ativos.
  • Falta de preparo das novas gerações: Herdeiros despreparados (ou desinteressados) acabam tomando decisões que minam o trabalho construído ao longo de décadas.

Sem enfrentar esses pontos com seriedade, até mesmo grandes fortunas se perdem. É preciso encarar o patrimônio familiar como um ativo vivo: que precisa de direção, cultura e gestão.

Os principais erros que destroem um patrimônio

Os patrimônios familiares raramente são destruídos por um único evento. O que os corrói, na maioria dos casos, são erros discretos, mas persistentes.

A ausência de uma sucessão estruturada é um dos mais comuns.

Sem um plano claro, surgem disputas, incertezas jurídicas e obstáculos que poderiam ter sido evitados com organização prévia. A sucessão não é apenas sobre partilhar bens, mas sobre garantir continuidade com clareza, respeito e governança.

Outro ponto crítico são os conflitos familiares.

Quando não há estrutura, regras ou diálogo transparente, o que deveria unir se transforma em ruído. Decisões são tomadas por impulso ou interesse individual, sem considerar o impacto coletivo.

Por fim, estão as decisões precipitadas.

Em cenários voláteis, o medo leva à venda na baixa. A euforia, à compra sem fundamento. E o impulso, à perda de valor. Sem estratégia e apoio técnico, mesmo grandes fortunas podem encolher rapidamente.

São falhas silenciosas, que vão se acumulando ao longo dos anos. Mas a boa notícia é que todas elas têm solução — e começam com visão de longo prazo.

O que aprendemos com os que conseguiram?

Famílias que conseguiram preservar e ampliar seu patrimônio ao longo das gerações têm algo em comum: visão estratégica e disciplina na gestão.

Elas tratam o patrimônio como um negócio. Com governança clara, regras definidas e uma liderança capacitada. Não deixam decisões críticas ao acaso nem à emoção do momento. Preferem a estrutura à improvisação.

Um exemplo clássico é o da família Rothschild, que ao longo de séculos consolidou um império financeiro pautado por discrição, inteligência na diversificação e coesão familiar.

Mais recentemente, temos Amancio Ortega, fundador da Zara (na foto abaixo). Seu family office, a Pontegadea, é um caso de sucesso na administração global de ativos, com foco em longo prazo e solidez.

Essas famílias entenderam cedo que preservar a riqueza é tão desafiador quanto criá-la e que esse trabalho exige método, conhecimento e profissionais ao lado.

Mais que herança, elas cultivam cultura patrimonial.

O que aprendemos com elas é claro: quem enxerga a gestão do patrimônio como um processo contínuo e profissional tem mais chances de atravessar gerações com segurança e relevância.

Amancio Ortega, fundador da Zara. Seu family office, a Pontegadea, é um caso de sucesso.

4 estratégias para transformar riqueza em legado duradouro

Separei quatro pontos fundamentais ao se levar em conta na gestão de patrimônio familiar.

1) Governança

Sem ela, o patrimônio vira território de disputas e decisões improvisadas. Governança patrimonial significa ter regras claras, papéis definidos e um processo decisório alinhado com os objetivos da família.

2) Educação financeira

Famílias que atravessam gerações compartilham princípios, não só ativos. Elas formam sucessores conscientes, preparados para lidar com os desafios da gestão e capazes de tomar decisões com base, não por impulso.

3) Planejamento sucessório

Muitos patrimônios se perdem justamente no momento da transição. Antecipar esse processo, estruturando juridicamente os bens e definindo a passagem de liderança, é essencial para evitar conflitos e perdas desnecessárias.

4) Gestão profissional

Grandes fortunas exigem visão técnica, disciplina e acompanhamento constante. Um conselheiro patrimonial independente é quem conecta todas as frentes (jurídica, financeira, fiscal e estratégica) garantindo que o patrimônio esteja bem estruturado para hoje e pronto para o futuro.

Construir um legado não é sobre acumular mais. É sobre garantir que aquilo que foi construído com tanto esforço continue fazendo sentido e gerando valor nas próximas gerações.

O papel do conselheiro patrimonial na continuidade da riqueza

Mais do que apenas gerir ativos, o conselheiro patrimonial tem a missão de construir visão, alinhamento e estrutura de longo prazo.

Enquanto especialistas cuidam de pontos específicos (como investimentos, impostos ou sucessão), o conselheiro patrimonial conecta todas essas frentes. Atua como um ponto central de inteligência, garantindo que cada decisão esteja alinhada ao projeto maior da família.

Seu papel é estratégico. Ele entende o patrimônio como um sistema, onde decisões isoladas podem gerar efeitos em cadeia. ****Por isso, analisa riscos com profundidade, identifica oportunidades com clareza e propõe soluções que respeitam o momento, os valores e os objetivos da família.

Mas seu trabalho não termina na técnica.

Ele também facilita conversas difíceis, promove o alinhamento entre gerações e ajuda a família a tomar decisões com racionalidade, mesmo em momentos emocionalmente delicados.

Em tempos de excesso de informação e conselhos contraditórios, o conselheiro patrimonial é o profissional que oferece direção.

Não para controlar a riqueza.

Mas para garantir que ela continue fazendo sentido.

A longevidade de um patrimônio não acontece por acaso.

Ela é fruto de escolhas conscientes, estruturas bem definidas e de uma visão que vai além do curto prazo. Famílias que conseguem preservar e expandir sua riqueza ao longo das gerações entendem que a gestão patrimonial é tão importante quanto a sua origem.

Construir um legado duradouro exige preparo. Exige método. E, acima de tudo, exige clareza sobre o que realmente importa.

Porque, no fim, não se trata apenas de dinheiro.

Trata-se do impacto que ele pode ou não continuar gerando no futuro.

Sobre mim

Juliano Pinheiro, estrategista independente de Wealth Management

Sou especialista no Mercado Financeiro, Ph.D em Finanças, professor e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais e autor do livro: Mercado de Capitais.

Além disso, possuo mais de três décadas atuando como executivo no Mercado Financeiro, tenho grande expertise na liderança e gestão em Investment Banking, Asset Management e Wealth Management em renomadas instituições financeiras no Brasil e exterior. Atualmente, tenho foco na área de Planejamento e Gestão de Patrimônio da Família, a qual é a base para a segurança financeira, realizações de sonhos e construção de um legado duradouro.

Quando estiver pronto(a), eu posso te ajudar de algumas formas:

  • Estratégia personalizada para perpetuação de grandes fortunas
  • Planejamento patrimonial
  • Organização Patrimonial centralizada e facilitada
  • Serviço de aconselhamento com visão 360º do patrimônio
  • Estruturas Onshore e Offshore